Pâncreas é um órgão glandular, localizado no abdômen, em posição retroperitoneal, situando-se entre o estomago e a coluna. O órgão tem a função de produzir enzimas e hormônios com a finalidade de ajudar na digestão dos alimentos e controlar as taxas de açúcar no sangue (glicemia).
O Que é o Câncer de Pâncreas?
É o crescimento desordenado de células originarias comumente nos ductos pancreáticos.
Quais são os tipos de tumores de pâncreas?
Tumores exócrinos (produzem enzimas digestivas) representam a maioria destes tumores, sendo que o adenocarcinoma representa 90% destes. E os tumores endócrinos que representam menos de 4% dos tumores pancreáticos, que são nomeados de acordo com o hormônio que liberam na corrente sanguínea.
Qual a incidência?
No Brasil, o câncer de pâncreas representa 2% de todos os tipos de câncer, sendo responsável por 4% do total de mortes por câncer. A taxa de mortalidade por câncer de pâncreas é alta, pois é uma doença de difícil diagnóstico e extremamente agressiva.
Quais são os fatores de risco?
O principal é o tabagismo, correspondendo até 30% dos casos, porém outros fatores como dietas ricas em açucares e gorduras, diabetes mellitus e consumo de álcool, predisposição genética, estão relacionados em menor grau.
Quais são os sintomas mais comuns?
O câncer de pâncreas pela sua localização, não apresenta sinais específicos, o que torna o diagnóstico precoce mais difícil. Os sintomas são: dor abdominal, perda de peso, diarreia, icterícia (amarelamento da pele).
Quais exames necessários para diagnosticar?
A ultrassonografia do abdome normalmente é o primeiro exame a ser realizado para o processo de diagnóstico.
A tomografia abdominal computadorizada. pode revelar o bloqueio dos canais biliares e/ou ductos pancreáticos, uma massa no pâncreas ou na região periampular (onde o ducto biliar, pâncreas e duodeno se unem), e evidências da disseminação do tumor para outros locais além do pâncreas (ex. fígado).
O estudo desses vasos sanguíneos e sua relação com o tumor têm importante papel na decisão do cirurgião de realizar ou não um procedimento de ressecção, de retirada do tumor.
A Colangiorressonância é um exame de ressonância magnética que focaliza os ductos biliares e o pâncreas. Ela é capaz de gerar imagens bem detalhadas do pâncreas, vias biliares, fígado e vasos sanguíneos, sem a necessidade do uso de contraste
Para pacientes com suspeita de terem câncer de pâncreas, uma biópsia guiada por tomografia e ou US endoscópico pode ser realizada através da inserção de uma agulha na área suspeita
Em alguns casos esta biópsia pode ser dispensada, principalmente em casos onde as características radiológicas da lesão são típicas ou a suspeição é alta, uma biópsia negativa pode retardar o início do tratamento.
Quais os tipos de tratamentos existentes?
Várias modalidades de tratamento são disponíveis atualmente. Para aqueles pacientes que o câncer não se disseminou a cirurgia é a melhora opção fornecendo a oportunidade de cura. Infelizmente a cirurgia não é possível em muitos pacientes porque frequentemente a doença está avançada na época do diagnóstico.
Em alguns casos, terapia multimodal (quimioterapia e/ou radioterapia) serão recomendados antes ou após a cirurgia (terapia adjuvante /terapia neoadjuvante). Esta abordagem tem sido adotada em nosso serviço rotineiramente.
O que é cirurgia de Whipple?
É uma das maiores cirurgias do trato digestivo, com alta índice de complicações, mais comumente realizada para tumores localizados na cabeça do pâncreas. Nessa cirurgia, a cabeça do pâncreas, uma porção da via biliar, a vesícula biliar e o duodeno são removidos.
Eventualmente uma parte do estômago também precisa ser retirada. Em centros com experiência consegue-se minimizar estas complicações. Nossa equipe tem grande experiencia neste tipo de procedimento sendo que no último ano realizou aproximadamente 15 procedimentos como este.
E a cirurgia por videolaparoscopia?
Pode ser utilizada como ferramenta para avaliação da localização e extensão do tumor e em casos selecionados para a ressecção do mesmo por técnica hibrida ou totalmente laparoscópica.
Já é bem estabelecido na literatura médica os benefícios desta técnica, como menor dor pós-operatória, menor tempo de internamento e resultado estético superior a técnica convencional.
A Oncocentro possui experiência neste tipo de abordagem, realizando rotineiramente o estadiamento por esta via e em casos selecionados a ressecção pela técnica hibrida.